segunda-feira, 26 de abril de 2010

Associação Ferroviária de Esportes

Em pé: Rosan, Zé Maria, Antoninho, Lucas, Dirceu e Rodrigues
Agachados: Faustino, Dudu, Bazzani, Baiano e Benny

Rosan, o Florisvaldo Rosan, nascido no dia 17 de maio de 1937, grande goleiro do Rio Preto Esporte Clube, da Ferroviária de Araraquara, do Santos, do Palmeiras, do Comercial de Ribeirão Preto, do América do Rio e do União Bandeirante de Bandeirantes-PR (seu último time em 1973, aos 36 anos) não é mais empresário do ramo de material de construção, tendo encerradas as atividades da Cerâmica Nossa Senhora Aparecida, que ficava na cidade de Avanhandava (SP).

Lá, ele produzia telhas, tijolos, pisos e azulejos. A fábrica do ex-goleiro ficava, portanto, na cidade onde reside: Avanhandava (SP), próxima a Lins (SP), interior paulista. Hoje, Rosan, que se casou duas vezes, tem cinco filhos: três do primeiro casamento e dois do segundo. E já é avô de um neto. Rosan mantém residência também em São José do Rio Preto, onde nasceu, e atualmente administra os aluguéis de diversos que adquiriu ao longo de sua marcante carreira. O empresário Rosan hoje também é fazendeiro e tem um posto de gasolina em Avanhandava.

A cronologia completa de sua carreira obedece: Rio Preto Esporte Clube (onde começou em 1955), Ferroviária de Araraquara, Palmeiras, Santos (onde só jogou duas vezes, sendo uma no exterior e outra contra a Portuguesa, em São Paulo), Prudentina, Comercial de Ribeirão Preto, América do Rio e União Bandeirante, de Bandeirantes (PR).

Rosan jogou na melhor Ferroviária de Araraquara de todos os tempos, na metade dos anos 60, ao lado de maravilhosos jogadores como Dudu, Bazani, Beni, Baiano, Pimentel e etc.

No Palmeiras, ele não teve muitas oportunidades e, um dia, recebeu um chute no rosto e fraturou o maxilar. No Santos, igualmente não foi devidamente aproveitado, mas no Comercial de Ribeirão Preto integrou o simplesmente sensacional time do Leão do Norte que tinha, dentre outros, Ferreira, Jorge, Piter, Nonô, Esmeraldo, Hélio Giglioli, Amauri, Jair Bala, Luis, Paulo Bim, Carlos César, Noriva e Peixinho. Foram os anos de 1965 e 1966 os melhores da vida do Comercial de Ribeirão Preto e Rosan foi sempre o titular.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Bangu A.C.

Em pé: Zé Maria, Buza, Plínio, Santana, Médio e Ladislau. Agachados: Sá Pinto, Domingos da Guia, Zezé, Eduardo Moura e Jaguarão.
Equipe do Bangu em 1930, no estádio de São Januário.

O ano de 1930 marca a primeira grande excursão do Bangu. A viagem interestadual à Bahia no final de janeiro foi um fato relevante e de grande importância para a divulgação do nome do clube alvirrubro. O convite foi feito oficialmente pelo Sport Club Ypiranga, de Salvador.

O Bangu embarcou para a Bahia no dia 24 de janeiro, no Navio Araranguá, com grandiosa cobertura da imprensa esportiva, que não parava de admirar os feitos do nosso presidente Antônio Pedroso Reis e os seus "Mulatinhos Rosados". O jornal O Sport esteve presente na hora do embarque e narrou o fato de extrema importância: "O bota-fora dos 'Mulatinhos Rosados' esteve bastante concorrido, notando-se no Armazém 11, onde se efetuou o embarque da valente turma banguense, grande número de sportmen, bem como representantes de diversos clubes da AMEA e jornalistas. Às 9 horas em ponto, a bela unidade do Lloyd Nacional levantou ferros, entre vivas e aplausos aos 'Mulatinhos Rosados', que respondiam sorridentes, com hurras prolongados e entusiásticos".

A expectativa era a melhor possível. Na Bahia, o Bangu foi recebido com festa. No dia da chegada, já estava marcado um jogo contra a Associação Atlética da Bahia. Os banguenses, apesar de desgastados, venceram por 5 a 2, com dois gols de Ladislau, dois de Nicanor e um de Médio. Na seqüência, o Bangu venceu o Fluminense Baiano por 10 a 1 (com quatro gols de Ladislau e outros quatro de Nicanor), perdeu para o Botafogo local por 4 a 2 e venceu a Seleção Baiana pelo mesmo placar. Por fim, enfrentou o Ypiranga, que nos venceu por 3 a 1, totalizando três vitórias e duas derrotas.

A importância desta excursão mediu-se pelas matérias publicadas nos jornais do Rio e da Bahia. Para tanto, basta dizer que O Sport enviou o jornalista Zolachio Diniz junto com a delegação banguense para que nenhum detalhe passasse em branco.

A turnée rendeu frutos, pois logo no mês de agosto o Bangu saia para outra exibição - agora em Pernambuco - onde vencemos quatro partidas e empatamos duas. Eis os resultados: 4 a 0 sobre o Combinado Íris/Encruzilhada; 5 a 0 no Ateniense; 2 a 0 sobre o Sport Recife; 1 a 0 na Seleção da ASDET e dois empates com a Seleção Pernambucana, por 2 a 2 e 1 a 1. Antes da chegada a Recife, o Bangu parou na Bahia, onde derrotou o Ypiranga por 6 a 4, no dia 1º de agosto.

Participação no Campeonato Carioca

A Miss Brasil Yolanda Pereira dá início ao jogo Vasco x Bangu, no dia 21 de setembro de 1930, em São Januário. Ao seu lado aparece a mascote Manô.
O forte time alvirrubro não mostrou suas qualidades apenas em outros estados. No dia 23 de março, no estádio de São Januário, disputando o Torneio Início, a equipe, depois de superar o Andaraí por 2 a 0, e o América por 1 a 0, conseguiu pela primeira vez chegar ao final deste tipo de competição. Infelizmente, jogando contra os donos-da-casa, o time banguense perdeu para os vascaínos pelo placar de 1 a 0, sagrando-se vice-campeão. Era uma prévia do que o Bangu faria no Campeonato Carioca.

O melhor jogo do campeonato ocorreu no dia 20 de abril, em General Severiano, pela terceira rodada. Ao findar o primeiro tempo, o Botafogo vencia tranqüilamente o Bangu por 3 a 1. Na etapa final, os "Mulatinhos Rosados" viraram o placar para 4 a 3, tendo Dininho marcado o gol decisivo no último minuto da partida.

O Bangu vinha embalado na competição até a rodada de 8 de junho, quando o campeonato foi paralisado para que os jogadores escalados para a Seleção Brasileira pudessem se preparar para a disputa da primeira Copa do Mundo, a ser realizada no Uruguai, no mês de julho. Quando o Campeonato Carioca foi reiniciado, em setembro, os banguenses se apresentaram sem o mesmo ritmo, perdendo três partidas seguidas, e acabando assim com o sonho de conquistar o título.

O alvirrubro não teve atletas convocados para a Seleção Brasileira - o que muitos cronistas consideraram uma injustiça. Afinal, o Bangu tinha Ladislau, artilheiro do Campeonato Carioca de 1930 com 22 gols em 20 jogos disputados. Para o seu lugar, a comissão técnica escolheu o jogador do Fluminense, Preguinho, vice-artilheiro do campeonato, com dois gols a menos que o "Tijoleiro".

Mas a primeira Copa do Mundo não serviu apenas para prejudicar a campanha do Bangu, atuando pela nossa Seleção estavam três ex-atletas alvirrubros: Brilhante, Itália e Fausto. Os três pertencentes ao Vasco da Gama.

A partir deste ano, e até 1934, o Bangu ganhava uma mascote para acompanhar o time na entrada em campo. O garoto Manô, levado por seu tio, o jogador Zé Maria, passou a ser um símbolo de sorte do alvirrubro nestes áureos tempos do início dos anos 30.

No jogo contra o Vasco, em São Januário, por exemplo, o pontapé inicial da partida foi dado pela Miss Brasil Yolanda Pereira, acompanhada de perto pela nossa mascote Manô. Porém, o acontecimento não trouxe sorte aos banguenses, que acabaram sendo derrotados por 2 a 1.

Ao final do Campeonato, o Bangu terminou posicionado na quarta colocação, atrás de Botafogo, Vasco e América, obtendo doze vitórias e dois empates em vinte jogos, e marcando 55 gols.

A campanha teve triunfos sensacionais, sendo o primeiro sobre o Fluminense, nas Laranjeiras, por 3 a 2; outros dois sobre o Botafogo, por 4 a 3 e 4 a 2; mais duas vitórias contra o Flamengo por 4 a 2 e 3 a 2; e uma goleada contra o América por 5 a 1, na penúltima rodada do Campeonato.

O time-base era composto por: Zezé, Domingos da Guia e Sá Pinto; Zé Maria, Santana e Eduardo; Plínio, Ladislau, Médio, Dininho e Jaguarão.